domingo, 25 de setembro de 2016

Workshop "O Educador Social no Acolhimento Residencial de Crianças e Jovens - Introdução ao Acolhimento Terapêutico".  



Workshop "O Educador Social no Acolhimento Residencial de Crianças e Jovens - Introdução ao Acolhimento Terapêutico".


2 datas possíveis para se inscrever no Workshop de Lisboa |
19 de novembro e 3 de dezembro de 2016

INSCRIÇÕES A DECORRER PARA LISBOA NO SEGUINTE LINK: https://docs.google.com/forms/d/1j0d1PP68oPOLdw4B0YE0pdxQtyfjkpt1l4VidoOBJvE/edit

Datas para se inscrever no Workshop |
Faro | 22 de outubro de 2016
Viseu | 29 de outubro de 2016
Porto | 12 de novembro de 2016


INSCRIÇÕES A DECORRER PARA FARO | VISEU | PORTO NO SEGUINTE LINK:



Descrição do Workshop:
Com a aprovação da nova lei de Promoção e Proteção de Crianças e Jovens em Perigo é necessária uma mudança de paradigma no acolhimento residencial pautada por uma intervenção terapêutica, reparadora e preventiva. Desta forma a APES irá desenvolver um ciclo de Workshops direcionada a todos os trabalhadores sociais e demais interessados.

Tópicos a abordar:
Estabelecer previsibilidade e consistência na intervenção.
Promover uma cultura institucional pautadas por vínculos de referência e reparadores.
Perturbações emocionais, sociais e do comportamento.
Processo transformador direcionado para a promoção da plena autonomia, fomentado através da participação ativa de tarefas: realizar, definir, decidir, responsabilizar, comunicar.
Intervenção terapêutica a partir da rotina diária.
Formacao CriancasJovens
formacao.criancasjovens@gmail.com
Caso entenda, pedimos que divulgue o evento dentro da V. rede de contactos de modo a que este evento chegue a todos os interessados.
Obrigada
Sandra Afonso
964813518 | APES








                                



segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Workshop "O Educador Social no Acolhimento Residencial de Crianças e Jovens - Introdução ao Acolhimento Terapêutico".


Workshop "O Educador Social no Acolhimento Residencial de Crianças e Jovens - Introdução ao Acolhimento Terapêutico".





3 datas possíveis para se inscrever no Workshops |

10; 17 de setembro e 1 de outubro de 2016






Descrição do Workshop:

Com a aprovação da nova lei de Promoção e Proteção de Crianças e Jovens em Perigo é necessária uma mudança de paradigma no acolhimento residencial pautada por uma intervenção terapêutica, reparadora e preventiva. Desta forma a APES irá desenvolver um ciclo de Workshops direcionada a todos os trabalhadores sociais e demais interessados.


Tópicos a abordar:

Estabelecer previsibilidade e consistência na intervenção.
Promover uma cultura institucional pautadas por vínculos de referência e reparadores.
Perturbações emocionais, sociais e do comportamento.
Processo transformador direcionado para a promoção da plena autonomia, fomentado através da participação ativa de tarefas: realizar, definir, decidir, responsabilizar, comunicar.
Intervenção terapêutica a partir da rotina diária.

terça-feira, 17 de maio de 2016

IX Encontro Nacional de Educadores Sociais subordinado ao tema “Educação Social nos trilhos da Infância e Juventude”


A APES | Associação Promotora da Educação Social vem este meio convida-lo para o IX Encontro Nacional de Educadores Sociais subordinado ao tema “Educação Social nos trilhos da Infância e Juventude”



Junto anexamos o Flyer do programa provisório bem como deixamos o link para Inscrições:

https://docs.google.com/forms/d/1IyPHQLKg9g9LNN7NJDR2QGUSZPU0U8QOyV9FvJhZLqw/edit?usp=drive_web

Em caso de duvida não hesite em contactar-nos através do numero 964813518 bem como pedimos a divulgação do Encontro pelos seus contatos.

Este encontro irá realizar-se no Auditório do Colégio Salesianos de Lisboa e é aberto a todos os profissionais da área social e demais interessados.

Com os melhores cumprimentos.

A equipa de trabalho da APES

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Breve reflexão acerca da situação de desemprego, e a sua evolução em Portugal e Europa

Com o texto que se segue, pretende-se apresentar uma breve reflexão acerca da situação de desemprego, ao mesmo tempo que se apresentarão alguns dados até 2014 que merecem reflexão uma vez que esta situação afeta milhares de cidadãos.
O desemprego é um fenómeno que tem sofrido alterações ao longo de várias décadas, sobretudo na importância social que representa, apresentando diversas consequências e não apenas consequências económicas. É um conceito que tem vindo a sofrer transformações no que se refere ao seu conteúdo, forma e significado. Se em outra época estar desempregado não seria significado de exclusão social, atualmente será, certamente, visto e sentido como tal uma vez que a situação de desempregado não é simplesmente estar desocupado ou privado de emprego.
A situação de desemprego é entendida como um rótulo crucial para o prestígio de um indivíduo, assim como acaba por nos dizer bastante acerca da sociedade em que vivemos e do tipo de indivíduos que se encontram estigmatizados por essa situação (Grint, 2002). Representa, conforme referido por Marques (2009), o sinal mais visível da disfuncionalidade do mercado de trabalho assim como pode representar a rutura de trajetórias profissionais e de vida. Pode, no limite, representar o sinal mais visível de dissociação social, uma vez que a “rutura do laço social é o resultado de um encadeamento ou de uma combinação de acontecimentos” (Clavel, 2004: 163). Portanto, estar desempregado provoca uma situação de fragilidade que corresponderá à aprendizagem da desqualificação social, isto porque

“o desemprego, as desigualdades de inserção profissional, a perda brutal de um alojamento ou o facto de residir num bairro degradado e socialmente desqualificado constituem provações socialmente dolorosas.” (Paugam, 2003: p.15).

As pessoas que passam por este tipo de provação, sentem-se desclassificadas, numa situação socialmente inferior àquela que conheceram anteriormente. “O desemprego é vivido como uma experiência humilhante por aqueles que sempre exerceram um emprego estável.” (Paugam, 2003: 15) Surgem, cada vez mais, novos focos de tensão que têm origem nas novas desigualdades sociais, nos novos interesses definidos por novos movimentos sociais e por novos processos de exclusão social (Nunes, 2004). Portanto, as sociedades contemporâneas passam a apresentar novos riscos para a democracia e cidadania e não apenas ameaças irreversíveis ao ser vivo em geral. Esta nova descrição corresponde àquilo que os países ocidentais foram confrontados e que vulgarmente chamam de nova pobreza (idem).
Este fenómeno remete para evoluções que se deram em simultâneo, principalmente em relação à degradação do mercado de trabalho com a notável multiplicação de empregos cada vez mais instáveis e ao crescimento forte de desemprego, e em relação ao enfraquecimento dos laços sociais, cujos sintomas são o aumento das ruturas conjugais e o declínio das solidariedades de classe e de proximidade. Com a chegada de longa duração do desemprego, acompanhada por um afastamento da vida social, provocada pelas crises de identidade, problemas de saúde, entre outros exemplos, as pessoas sentem-se sem saídas e procuram, muitas vezes contra sua vontade, apoios da ação social para obter ajudas financeiras (Paugam, 2003). Neste sentido, acentuam-se as desigualdades sociais.
Como consequência, acontecem formas de exclusão social sentidas pela maior parte dos indivíduos desempregados, como “a parte que emerge do icebergue societal à deriva” (Clavel, 2004: 177). Para além destes factos, associado ao desemprego há, em muitos casos, o sentimento de fracasso quando o mesmo se dá por despedimento. Ou seja, passa a recair sobre o próprio indivíduo a responsabilidade pelo próprio sucesso no que se refere à sua integração no mercado de trabalho, assim como uma possível situação de desemprego. Parafraseando Bordieu, o indivíduo passa a ser apontado como “o único responsável pela sua desgraça” (Bordieu, 1998: 10).

Evolução do desemprego em Portugal e Europa  
Ao longo dos últimos anos, a taxa de desemprego tem vindo aumentar progressiva e significativamente. Nos últimos 20 anos, conforme se pode verificar na ilustração abaixo, Portugal passou de uma taxa de desemprego de 7,6%, em 1983, para uma taxa de 16,3%, em 2013.
Figura 1 – Evolução do Desemprego nos últimos 20 anos

Fonte: Pordata (2014)

De acordo com o relatório para o desemprego do Ministério das Finanças, Economia e Emprego e Ministério da Solidariedade e Segurança Social (2012), este aumento da taxa de desemprego está associado ao fraco crescimento económico e à desaceleração da produtividade, refletindo assim os desequilíbrios da nossa economia. Esta desaceleração da produtividade fez com que as empresas não possuíssem capacidade de absorver toda a mão-de-obra disponível, levando a despedimentos (Rajado, 2012). Aliado a isto, também houve uma deslocalização das empresas para outros países onde a mão-de obra é mais barata, como é o caso da China, também este processo implicou vários despedimentos, culminando mesmo no fim de laboração de várias empresas em Portugal (Rajado, 2012).
No que diz respeito ao grupo etário com taxa de desemprego mais elevada é percetível que esta se concentra nos jovens, uma vez que, de acordo com o INE (2014), no primeiro trimestre de 2014 o grupo etário dos 15 aos 24 anos concentra uma taxa de desemprego de 37,5%. É ainda de salientar que para o mesmo período de observação, primeiro trimestre de 2014, relativamente à escolaridade a taxa de desemprego é mais elevada em indivíduos com p 3º ciclo completo (17,9%). Importa ainda referir, que apesar de neste período de observação a taxa de desemprego em quem tem formação superior (10,8%) ser a menor taxa de desemprego por nível de escolaridade completo, esta taxa é bastante alta (INE, 2014).
Relativamente ao contexto Europeu, o crescimento do desemprego tem vindo a acentuar-se ao longo dos últimos anos, tendo registado entre 2011 e 2013 valores nunca antes atingidos, durante este período a Europa chegou a um nível recorde de 26,6 milhões de desempregados (Eurostat, 2014). Segundo dados recolhidos pelo Eurostat (2014), o crescimento da taxa de desemprego tem vindo a registar-se em praticamente todos os 28 Estados-Membros da União Europeia (UE-28), sendo a taxa de desemprego global para UE-28 em Abril de 2014 de 11,7%. Apesar disto é de notar que países como a Áustria e a Alemanha registam os valores, referentes à taxa de desemprego, mais baixos da UE-28, 4,9% e 5,2% respetivamente.
No que diz respeito às taxas de desemprego mais elevadas destacam-se países como Espanha, como uma taxa de 25,1%, e Grécia, com 26,1% (Eurostat, Abril de 2014). Estas elevadas taxas são também reflexo do atual contexto económico e financeiro destes estados membros.

Figura 2 – Taxa de Desemprego EU-28
Fonte: Eurostat (2014)


No que diz respeito a Portugal a taxa de desemprego em Abril de 2014 era de 14,6% (Eurostat,2014), uma taxa superior à média da UE-28, para o mesmo período de observação. Todavia, Portugal é um dos estados membros em que a taxa de desemprego mais baixou no último ano, tendo baixado de 17,3% (Março de 2013) para 14,8% (Março de 2014).
Relativamente ao desemprego jovem, no contexto Europeu, este é geralmente superior à taxa de desemprego para qualquer outra idade, tendo sido fortemente atingido pela crise económica que afetou a Europa. A taxa de desemprego jovem tem vindo a ascender nos últimos anos, atingindo valores máximos no ano de 2013, com uma taxa de 23,4% (ver figura 3). Isto é reflexo das atuais dificuldades que os jovens têm para conseguir emprego, no entanto é necessário ter também em conta que grande parte dos jovens, faixa etária dos 15 aos 24 anos, nestas idades se encontram a estudar a tempo integral (Eurostat, 2014).

Figura 3 – Desemprego jovem na Europa

Fonte: Eurostat (2014)

Também se torna importante analisar a taxa de desemprego por género, já que desde sempre as mulheres têm vindo a ser mais afetadas pelo desemprego do que os homens. Atualmente, a tendência tem vindo a manter-se, contudo as diferenças entre os valores das taxas de desemprego nos homens e nas mulheres são cada vez menores. É visível através do gráfico da figura 4 que a partir de 2000 a diferença entre a taxa de desemprego masculino e a taxa de desemprego feminina é cada vez menor, tendo até estado bastante próximas a partir de final de 2008. Verifica-se também que a partir de 2008 existiram períodos em que a taxa de desemprego feminina é inferior à taxa de desemprego masculina (a partir do segundo semestre de 2010).

Figura 4 – Desemprego por género na Europa

Fonte: Eurostat (2014)

Verifica-se então que apesar de nos últimos anos Portugal ter atravessado um aumento progressivo da taxa de desemprego, tendo atingido máximos históricos, a atual tendência é de diminuição desta mesma taxa. No entanto ressalva-se ainda o facto de esta taxa ser bastante alta e superior à taxa média de desemprego da UE-28. É ainda importante referir o facto da taxa de desemprego feminino na Europa e em Portugal ter vindo a diminuir ao longo dos últimos 5 anos e se ter vindo a aproximar da taxa de desemprego masculina.
Em forma de conclusão, gostaríamos de referir que o (des)semprego é uma construção social que se transforma e vai evoluindo ao longo da vida e mediante cada contexto. Como refere Sennett (2001) presenciamos a uma mudança constante da sociedade de mercado que nem todos conseguem acompanhar e por essa razão colocam-se constantemente em risco, muitas vezes em risco de ficar desempregado ou de se encontrar em condições precárias no próprio local de trabalho. Esta situação é sentida como uma necessidade por muitos e como uma obrigação por outros. Exemplo disso é a forma como muitos jovens, à procura do primeiro emprego e de experiência profissional para ingressar, com sucesso, no mercado de trabalho, aceitam as contratações precárias que lhes são oferecidas, vistas na maioria dos casos, como única alternativa em resposta à taxa de desemprego dessa geração (23,4% no ano de 2013). Acaba-se por se exigir a flexibilização e a aceitação por parte do trabalhador para correr riscos e se adaptar às constantes alterações que são inseridas no mercado de trabalho, independentemente de trazer, ou não, efeitos nefastos para o desenvolvimento da economia, sociedade e indivíduo. 


Referências Bibliográficas

BOURDIEU, Pierre (1998). “Hoje a precariedade está em toda a parte”, in Bourdieu, Pierre, Contrafogos, Oeiras: Celta Editora: 113-120.
CLAVEL, Gilbert (2004), A Sociedade de Exclusão, Compreendê-la para dela sair. Porto: Porto Editora.
GRINT, Keith, (2002), Sociologia do Trabalho. Lisboa: Instituto Piaget.
Ministério das Finanças, Ministério da Economia e Emprego, Ministério da Solidariedade e Segurança Social “A evolução recente do desemprego: Relatório” (2012) [online] Disponível em:
MARQUES, Ana Paula (2009). Trajetórias Quebradas, A vivência do desemprego de longa duração. Santa Maria da Feira: Edições Afrontamento.
NUNES, Maria Helena (2004). Agência do Assistente Social, regulação e rendimento mínimo garantido. Porto: Estratégias Criativas.
PAUGAM, Serge (2003). A Desqualificação Social, Ensaio sobre a nova pobreza, Porto: Porto Editora.
RAJADO, Paulo (2012) “O desemprego em Portugal: Uma análise ao nível dos concelhos entre 2001/2009”, Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra [online] Disponível em: https://eg.sib.uc.pt/bitstream/10316/20103/1/O%20desemprego%20em%20Portugal.pdf [2013, maio 28].
RODRIGUES, Fernanda (1996). “Pobreza e Exclusão Social: Configurações e Perspectivas, a Intervenção e Formação dos Profissionais Sociais”, in Hoven, Rudy e Nunes, Maria Helena (Org) Desenvolvimento e Acção Local. Lisboa: Fim do Século.

Outras Referências Bibliográficas


CARVALHO, Helena M., Licenciada em Educação Social, Mestrada em Serviço Social, Doutoranda do curso de Sociologia, ramo da Pobreza e Exclusão Social, pelo Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade do Minho.
SANTOS, Carla D., Licenciada em Sociologia, Mestrada em Economia Social, Doutoranda do curso de Sociologia, ramo do Trabalho e Organizações, pelo Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade do Minho

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Adoção - Intervenção da Segurança Social


Adoção - Intervenção da Segurança Social
O que é a adopção?
É o vínculo que, à semelhança da filiação natural, mas independentemente dos laços de sangue, se estabelece legalmente entre duas pessoas. Este vínculo constitui-se por sentença judicial proferida em processo que decorre no Tribunal de Família e Menores.
Existem dois tipos de adopção que se distinguem, fundamentalmente, quanto aos seguintes aspectos:
ADOPÇÃO PLENA
O adoptado adquire a situação de filho do adoptante, integrando-se na sua família, extinguindo-se as relações familiares entre a criança e os seus ascendentes e colaterais naturais.
O adoptado perde os seus apelidos de origem.
Em determinadas condições o nome próprio do adoptado pode ser modificado pelo tribunal, a pedido do adoptante.
Não é revogável, nem mesmo por acordo das partes.
Os direitos sucessórios dos adoptados são os mesmos dos descendentes naturais.
ADOPÇÃO RESTRITA

O adoptado conserva todos os direitos e deveres em relação à família natural, salvas algumas restrições estabelecidas na lei.
O adoptante poderá despender dos bens do adoptado a quantia que o tribunal fixar para alimentos deste.
O adoptado pode receber apelidos do adoptante, a requerimento deste, compondo um novo nome, em que figure um ou mais apelidos da família natural.
Pode ser revogada se os pais adoptivos não cumprirem os seus deveres. Pode ser convertida em adopção plena mediante requerimento do adoptante e desde que se verifiquem as condições exigidas.
O adoptado ou os seus descendentes e os parentes do adoptante, não são herdeiros uns dos outros, nem ficam reciprocamente vinculados à prestação de alimentos.
Quais são os requisitos gerais da adopção?
A adopção só será decretada quando:
se fundamente em motivos legítimos;
apresente reais vantagens para o adoptando; (1)
não envolva sacrifício injusto para os outros filhos do adoptante; (2)
seja razoável supor que entre o adoptante e o adoptando se estabeleça um vínculo semelhante ao da filiação.
Quem pode ser adoptado?
Quer na adopção plena quer na adopção restrita podem ser adoptados os menores: filhos do cônjuge do adoptante; confiados ao adoptante, mediante confiança, administrativa ou judicial, ou medida de promoção e protecção de confiança com vista à adopção.
Desde que, à data da entrada do processo no Tribunal, tenham idade: inferior a 15 anos. Inferior a 18 anos, se não forem emancipados e tiverem sido confiados aos adoptantes ou a um deles com idade não superior a 15 anos ou se forem filhos do cônjuge do adoptante.
(1)  Criança a adoptar
(2)   Pessoa que pretende adoptar
(3)   Quem pode adoptar?
ADOPÇÃO PLENA
Duas pessoas casadas ou em união de facto há mais de 4 anos e não separadas judicialmente de pessoas e bens ou de facto, se ambas tiverem mais de 25 anos;
Uma pessoa se tiver:
mais de 30 anos;
mais de 25 anos, se o menor for filho do cônjuge do adoptante;
Só pode adoptar quem não tiver mais de 60 anos à data em que o menor lhe tenha sido confiado, excepto se este for filho do cônjuge.
A partir dos 50 anos, a diferença de idades entre o adoptante e o adoptado não pode ser superior a 50 anos, excepto se o menor a adoptar for filho do cônjuge do adoptante ou em situações especiais.

ADOPÇÃO RESTRITA
Pessoas com mais de 25 anos e até 60 anos, se completados à data em que o menor lhes tenha sido confiado, excepto se este for filho do cônjuge.
O que deve fazer para se candidatar a adoptante?
Dirija-se à entidade competente:
Centro Distrital de Segurança Social da sua área de residência;
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, se residir nesta cidade;
Instituto de Acção Social, se residir nos Açores;
Centro de Segurança Social, se residir na Madeira.
Compareça à entrevista informativa para que for convocado.
Nesta entrevista é informado sobre:
A realidade da adopção, seus objectivos, procedimentos e desenvolvimento do respectivo processo;
Requisitos e condições legais a cumprir;
Processo de candidatura, formulários e documentos necessários ao processo, que deve preencher e apresentar posteriormente.
Quais são as etapas seguintes à apresentação da candidatura?
A entidade competente, onde foi apresentada a candidatura, procede a uma avaliação social e psicológica do candidato, emitindo a respectiva decisão sobre a candidatura no prazo de 6 meses. O candidato, que tiver sido seleccionado, fica a aguardar que lhe seja apresentada proposta de criança a adoptar.
Após apresentação desta proposta, segue-se um período que tem por objectivo o conhecimento e aceitação mútuos entre a criança e o candidato a adoptante. Concluída, favoravelmente, esta fase, a criança é confiada ao candidato a adoptante, ficando em situação de pré-adopção por um período não superior a 6 meses, durante o qual a entidade competente procede ao acompanhamento e avaliação da situação.
Verificadas as condições para ser requerida a adopção é elaborado relatório que é remetido ao candidato e que deve acompanhar o pedido de adopção ao Tribunal de Família e Menores da sua área de residência, ficando o processo concluído depois de proferida a sentença.
ADOPÇÃO INTERNACIONAL
Como proceder?
Se o candidato a adoptante residir em Portugal e pretender adoptar criança residente no estrangeiro?
Deve dirigir-se à entidade competente da sua área de residência.
Após selecção, a candidatura é transmitida, através da Autoridade Central Portuguesa (3), à entidade competente do país de origem do menor a adoptar.
Se o candidato a adoptante residir no estrangeiro e pretender adoptar menor residente em Portugal?
Deve dirigir-se à entidade competente do país onde reside.
Após selecção, a candidatura é transmitida, por esta entidade, à Autoridade Central Portuguesa (3).
Só são encaminhadas para adopção internacional as crianças que não encontrem candidatos a adoptantes residentes em Portugal
3) Direcção-Geral da Segurança Social
PARA MAIS INFORMAÇÕES DIRIJA-SE AOS SERVIÇOS DE ATENDIMENTO DA SEGURANÇA SOCIAL DA SUA ÁREA DE RESIDÊNCIA
Legislação aplicada:

Código Civil (artigos 1973° a 2002°D)
Código do Registo Civil (artigo 143°)
DL n.º 314/78, de 27 de Outubro (1)
Resolução da Assembleia da República n.º 4/90, de 31 de Janeiro DL n.º 185/93, de 22 de Maio
Convenção de Haia, de 29 de Maio de 1993, Relativa à Protecção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adopção Internacional
DL n.º 120/98, de 8 de Maio
Decreto Regulamentar n.º 17/98, de 14 de Agosto
Lei n.º 147/99, de 1 de Setembro
Resolução da Assembleia da República n.º 8/2003, de 25 de Fevereiro
Lei n.º 31/2003, de 22 de Agosto
Aviso n.º 110/2004, de 5 de Maio
(1) Encontram-se revogados os artigos 1.º a 145.º

sábado, 16 de janeiro de 2016

Mudando a sala de aula, podem mudar-se comportamentos.



Artigo no jornal Público do dia 7 de Abril de 2010, sobre as novas formas de organizar o espaço na sala de aula e as mudanças de comportamento dos alunos.



O mobiliário de madeira foi substituído por fórmica, os quadros tradicionais estão a dar lugar a outros interactivos, mas, no essencial, a sala de aula é hoje igual ao que era há 100 anos ou mais: um professor com uma mesa, junto a um quadro, de frente para 20 ou 30 alunos, que estão sentados em carteiras alinhadas em filas. Como não existem espaços neutros, há uma mensagem nesta forma de organização - uma hierarquia vertical, em que o professor é o agente e os estudantes o elemento passivo. Estão ali para ouvir, de preferência sentados direitos.

Na prática, já há muito que nada é assim: há quem deite as cadeiras para o chão, quem se levante e passeie pela sala, acabando todos na rua com uma falta disciplinar, ou quem se deixe ficar sentado, mas alheado. Há outras formas de viver a sala de aula, mas, no essencial, esta transformou-se num pesadelo para os professores e numa "seca" para os alunos. Entre os que chegam ao ensino superior, "já são muito poucos aqueles que conseguem ser estimulados", constata Diogo Teixeira, director do Instituto Superior Autónomo de Estudos Politécnicos (IPA), em Lisboa. Terá que ser assim?

Diogo Teixeira, o coreógrafo João Fiadeiro e o designer José Luís Azevedo estão convictos de que é possível mudar este estado de coisas e que para tal não são precisos mais meios do que aqueles que os professores e alunos já têm à mão. Basta querer fazer. Esse é o desafio que estão a lançar aos docentes do ensino básico e secundário. O primeiro passo aconteceu na segunda-feira, com o workshopReinventar a sala de aula.

Foram enviados convites às escolas da Grande Lisboa, onde se afirmava, entre outros pressupostos, que a sala de aula, tal como está agora, "é um espaço antinatural". Inscreveram-se 50 professores, participaram 30, que era a lotação máxima. Fiadeiro e Azevedo são também professores, mas no ensino superior. Com os docentes que estão antes deles não pretendem "discutir conteúdos ou pedagogias", mas sim propor "novas abordagens à forma como se pode lidar com o espaço de uma sala de aula", já que têm como certo que intervir aqui é também mexer no modo como professores e alunos se comportam e se relacionam.

Admitem que há uma espécie de "clima de guerra" instalado nas escolas, mas não acreditam que este se resolva com mais medidas disciplinares. Fiadeiro diz que esta é uma resposta provocada pelo "medo".

José Luís Azevedo chama a atenção para o facto de quase terem deixado de existir pontes entre professores e alunos. Para as reconstruir, defendem ambos que os docentes têm de envolver mais os estudantes na tomada de decisões, a começar, por exemplo, pelo modo como se pode transformar uma sala de aula.

Coisas simples; soluções móveis. Por exemplo, juntando as mesas de forma a organizá-las em quadrados, ou num grande rectângulo, e sentando os alunos em volta. Esta não é só uma disposição que favorece mais a participação e aproxima o professor, como pode ser também uma forma de mudar comportamentos.

Azevedo chama a atenção de que, com esta organização, sabota-se uma hierarquia "clássica" entre os alunos: os mais barulhentos nos lugares de trás, os mais disciplinados e atentos nos da frente. No Inverno, a proximidade dos corpos ajuda também a tornar as salas menos frias. O sentimento de conforto é um redutor de agressividade, lembra o designer, que sobe a uma cadeira e cola um filtro amarelo por cima da luz de néon branca. O ambiente mudou. Mais quente, mais acolhedor, mais calmo.

E por que não alargar a participação, dando aos alunos que geralmente não vão ao quadro a possibilidade de escreverem na parede que está mesmo por detrás deles? Basta pintá-la com uma tinta, agora lançada no mercado, que transforma qualquer parede num quadro de ardósia, onde se pode escrever a giz e apagar depois.

"A cantina da nossa escola é tão deprimente. Se pedíssemos a um grupo de estudantes que a transformasse, talvez conseguíssemos que muitos mais fossem lá almoçar", diz a psicóloga de uma escola, que acrescenta logo de seguida: "Mas os professores nem tempo têm para pensar."

João Fiadeiro fala de "pensamento criativo". Para que uma acção resulte, é necessário identificar quais são os constrangimentos de base, a "falta de tempo" será um deles, mas não para baixar os braços. Ideias de partida: "Parar para pensar"; encarar os problemas como "uma oportunidade"; recusar o lamento habitual do "não há meios", já que "é sempre possível trabalhar com aquilo que já se tem".

É o contraponto à escola futurista apresentada de manhã por António Câmara, professor da Universidade Nova de Lisboa e fundador da empresa YDreams. A realidade virtual não pode ficar à porta da sala de aula, diz o inventor.

Os docentes têm dificuldades com as novas tecnologias? Deixem que sejam os alunos a explicar como este mundo, que é o deles, funciona, aconselha Azevedo. É preciso voltar a "aprender, fazendo", conclui Diogo Teixeira.

Mas sobretudo, diz também António Câmara, é preciso não esquecer que um professor pode ainda ser a pessoa que tem o poder de mudar a vida de um jovem.