Cada vez mais o tema do envelhecimento
com dependência é um tema abordado e estudado.
Geralmente quem assume a tarefa de
cuidador do doente com demência são os próprios familiares.
Quanto aos profissionais do terreno, o
trabalho desempenhado junto desta população com demência, cabe ao Educador
Social tornar-se assim um terapeuta no e pelo acontecimento quotidiano bem como
intervir a nível de competências na mudança de mentalidades e desta forma
educar. Educar é em grande parte, levar a pessoa do “ser” ao “dever ser”. Deste
modo, tornou-se crucial desenvolver novas metodologias de intervenção como a
pedagogia social e a educação social, como crescimento completo de cada pessoa,
como membro estratégico de uma sociedade regida pela cooperação e pela
solidariedade, mas também pela desigualdade e marginalização social, provocada
pelo risco social.
A educação, como politica sócia
educativa é inseparável do progresso social e humano, onde o risco deixa de ser
uma ameaça global e passa a ser a razão para a mudança, para o desenvolvimento
integral do “EU” e do “Outro”, com o “Outro”, uma resposta de mudança e
crescimento pessoal e social.
Desta forma faz parte do conteúdo
funcional do Educador Social, a acção directa com as pessoas, pautada pelo
princípio da educabilidade, permitindo criar um espaço profissional com
sentido, logo com futuro, visto serem profissionais de terreno.
Os problemas sociais tais como a
problemática das demências vão fragilizando o Homem, aniquilando os seus
horizontes e propósitos futuros. É nesta linha de reflexão que emerge a
educação social, como crescimento absoluto de cada pessoa e como membro
estratégico de uma sociedade regida pela cooperação e solidariedade, onde a
educação é inseparável da evolução social e humana.
As doenças neurodegenerativas são
progressivas e degenerativas com impactos profundos na pessoa e em quem o
rodeia e as quais determinam determina a perda gradual de capacidade, por este
motivo é fundamental quer às instituições quer às pessoas que lidam com os
doentes com demências regerem-se pelo principio do respeito absoluto, pelos
direitos fundamentais à liberdade e à autodeterminação e pelo principio da
abordagem centrada na pessoa com demência.
Desta forma cabe ao Educador Social,
(re) construir saberes, competências e praticas conducentes ao desenvolvimento,
quer ao doente com demência quer ao cuidador, educar significa intervir, com
uma finalidade, um objectivo concreto e bem delineado, com intenção de provocar
algum efeito.
Ser Educador Social é, questionar
praticas e reflectir sobre o seu próprio papel profissional, ser capaz de se
aproximar da pessoa e de lhe conferir um destaque legítimo na construção do seu
percurso de vida, valorizando as suas capacidades de aprender a aprender, o seu
reportório de experiências.
“Educar consiste em procurar
influenciar o outro, e influenciar o outro implica transmitir valores, dar uma
direcção e um sentido à vida convidando à adesão a uma certa visão do mundo”
(Adalberto Dias de Carvalho).
Cabe ao Educador Social, apadrinhar a
pessoa, ajudando-a a interpretar o mundo e a desenvolver formas de
relacionamento com outros, assente em princípios de entendimento e respeito
pela diferença que caracteriza a individualidade e unicidade inerente à vida.
A educação social assume assim,
responsabilidades na formação cívica das pessoas e esta supõe uma diversidade
complexa e integrada de aprendizagem.
Os Educadores Sociais são
profissionais de intervenção social, que visam restabelecer o bem-estar dos
seres humanos, recorrendo a todos os meios susceptíveis de responderem às
necessidades e aspirações dos indivíduos e dos grupos, tendo sempre como
referencia o respeito pelos direitos humanos e pelos princípios da democracia e
da liberdade.
O Educador Social é um profissional
que não se limita só a satisfazer as necessidades básicas das pessoas, pois o
seu dever é também o de socializar e integrar pessoas em risco de exclusão e
marginalização. Este profissional é o mediador entre os indivíduos e a
sociedade, articulando e ajudando o indivíduo à sua sociedade.
Enquanto mediador social, o educador
terá que criar espaços de mediação, onde se mostre possível criar e desenvolver
alternativas que conduzam a um equilíbrio entre o indivíduo e a sua comunidade.
Por todas estas capacidades de
intervenção que cabe ao Educador Social é sem dúvida uma mais-valia o trabalho
efectuado destes profissionais junto de uma população com demência e seus
cuidadores.
A Comissão Europeia e o Parlamento
Europeu reconheceram a doença de Alzheimer como uma prioridade de saúde pública
é urgente intervir junto de quem mais necessita.
“O Sentido da Vida só existe dentro
de nos se não perdermos a capacidade de olhar o outro, de comunicar com o
outro...”.
Maria de Lurdes Quaresma
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