1º Debate no Grupo Técnicos Superiores de Educação Social
no novo projeto da APES Associação Promotora da Educação Social –“ Ás quarta4s Há
debate ON-LINE no grupo” realizou-se no dia 23 de Janeiro a partir das 22h00.
Este debate on-line contou com a
participação de 28 elementos.
A
questão lançada para este primeiro debate foi Assistencialismo diferente de
promoção da autonomia?
Desta forma as ideias chaves que ficaram
foram:
. que o assistencialismo em nada promove a
autonomia do individuo!
. o assistencialismo muitas vezes tem de
ser utilizado numa primeira fase, quando as necessidades básicas não estão a
ser colmatadas! E o problema é que muitas vezes não se passa desta fase.
. Com promoção do assistencialismo, estamos
enquanto profissionais, a condenar o individuo ao vício da ajuda sem fundamento
e desta forma não somos agentes de mudança, mas sim agentes de dependência.
. por vezes as famílias se acomodam e
habituam a ser "assistidas"...
. em situações de emergência é necessário,
sendo que de seguida é muito importante dar as ferramentas para passar fase
seguinte e promover a mudança
. Estamos a viver um tempo em que só se tem
direitos e esquecem-se que para ter direitos.......também existem deveres.
. É importante resolver o que tem resolvido
mas de imediato capacitar a pessoa para desenvolver as suas capacidades e
autonomia!
. numa primeira fase de intervenção, o
assistencialismo muita das vezes é essencial para que posteriormente se consiga
"chegar" às reais necessidades das pessoas, e trabalhar com elas
essas questões "ensinando-as a pescar". Embora, grande parte da
sociedade se acomode aos assistencialismos, e queiramos contornar isso e
potenciar autonomia nos indivíduos, também há algumas necessidades básicas que
se não estiverem satisfeitas nos impedem de passar para a etapa seguinte.
. Cada vez mais as famílias chegam às
instituições em situação de emergência, e numa fase inicial é fundamental que
tenham as necessidades básicas satisfeitas! Como ´e que podemos tentar autonomizar a pessoa quando não há
rendimentos, alimentos, habitação, etc?! Isto n quer dizer q todas elas têm que
estar satisfeitas ao mesmo tempo, pode-se trabalhar a autonomia de forma
gradual...
. cabe ao técnico trabalhar COM e não PARA
... Se em situação de emergência é necessário assistir o técnico tem que
esclarecer qual o seu papel nas fases seguintes...deveria ser um principio
FUNDAMENTAL para todos os técnicos, educares sociais ou não!! O projeto/plano
para o individuo deve ser SEMPRE construído com o próprio e de acordo com
aquilo que ele quer p si!
. São necessárias medidas de combate ao
assistencialismo e esse sim é um trabalho do educador social no trabalho das
competências sociais e pessoais.
. a pessoa tem de se envolver para
conseguir ultrapassar os seus problemas
. Perceber junto da pessoa o que levou à
situação de emergência, quais as alternativas/recursos disponíveis, quais as
dimensões da sua vida que estão bloqueadas que o impedem de ser autónomo no seu
dia-a-dia e até que ponto é que o individuo está predisposto a rever o seu projeto
de vida. É necessário todo um trabalho de investigação junto do individuo e da
comunidade envolvente, por vezes moroso, mas essencial para que a nossa intervenção
a todo o tempo evolua de assistencialista para autonomizadora.
. o educador social é um profissional
gerador de mudança, empreendedor. Dai a necessidade de um programa urgente.
. É importante envolver a pessoa para
conseguir entrar nesse processo de mudança
. Ainda é bastante condicionado o nosso
trabalho. Quer pela sociedade, que tem umas ideias enraizadas bastante difíceis
de contornar, quer pelas próprias instituições que têm que dar respostas da
forma mais rápida e eficaz possível assistencialismo é mais rápido, digamos, e
numa primeira abordagem revela uma imagem mais interventiva da instituição. Por
outro lado, nem todos os profissionais dentro de uma instituição priorizam a autonomização.
No entanto, temos um enorme trabalho pela frente de mostrar a pertinência deste
trabalho junto de cada individuo (ainda que mais demorado).
. o Educador também se deve debruçar na
"prevenção" da necessidade de assistencialismo. A Educação é uma arma
poderosa nesse sentido. Dotar o individuo de ferramentas para a sua própria
autonomia!
. O trabalho do Educador não se pode basear
nos utentes de uma instituição. A instituição na qual trabalha, a própria
sociedade também fazem parte. Temos de ser agentes de mudança ,e a mudança só
se opera num todo!
. Tem de ser um trabalho de 24 horas, com a
família, com os colegas, com os amigos, com os utentes... Mudança de
pensamento... De postura. De dar o exemplo e participar!! Só mudamos mudando...
E não cruzar os braços quando à nossa volta as pessoas estão demasiado ocupadas
para o fazerem ao nosso lado.
Obrigado a todos os envolvidos.