sábado, 29 de setembro de 2012

PEPES – Projeto Empreendedores Portugueses de Educação Social - Pela efetiva e justa promoção da Educação Social em Portugal!

APES – Associação Promotora da Educação Social * PEPES – Projeto Empreendedores Portugueses de Educação Social - Pela efetiva e justa promoção da Educação Social em Portugal!
Os Técnicos Superiores de Educadores Sociais são substancialmente profissionais de terreno com estratégias mais contextualizadas e, dessa forma pautam-se pela diferença.
A maioria das vezes o Técnico Superior de Educação Social vê o seu papel e a sua intervenção posta em causa, sendo muitas das vezes confundido com outros trabalhadores sociais.
É urgente que cada um saiba a sua área de ação e perceberem que o todo se complementa, dando fruto à excelência de trabalho em rede e uma intervenção eficiente.
O Educador Social caracteriza-se pela notável aptidão de percecionar a realidade, refletir, adaptar-se às dificuldades e encontrar saídas possíveis para os múltiplos problemas de âmbito social.
Desta forma a educação social é uma profissão marcada pela polivalência técnica, pela diversidade de funções bem como pela multiplicidade de contextos. É um trabalhador social que alcança, investiga, relaciona, potencia, gere e apoia.
Intervém numa prática educativa e pedagógica desenvolvida em contextos sociais, fomentando a aprendizagem ao longo da vida.
Acompanha desta forma processos de socialização e inserção da população alvo fortalecendo as competências pessoais, profissionais e sociais.
Face á atual conjuntura social que o pais atravessa é primordial o educador social pautar-se pela diferença de intervenção, procurando respostas assertivas e tornando-se cada vez mais um empreendedor para a população alvo com quem diligencia, nos mais diversos contextos sociais bem como afirmar-se com dedicação, profissionalismo e sentido ético no reconhecimento enquanto profissional de mudança.
Desta forma foi recentemente criada a APES – Associação Promotora da Educação Social com o objectivo principal de desenvolver e empreender atividades que promovam efetivamente a Educação Social, contribuindo nomeadamente para fomentar a valorização cultural e profissional dos Técnicos Superiores de Educadores Sociais.
A APES – Associação Promotora da Educação Social tem já em marcha o projeto PEPES – Projeto Empreendedores Portugueses de Educação Social - Pela efetiva e justa promoção da Educação Social em Portugal!
O projeto PEPES – contará com 4 fases de implementação:
1ª Fase – 1 de Março de 2012 a 1 de Abril de 2012
Preparação e implementação: Consiste na constituição do anteprojeto, na constituição das equipas (1 coordenador Nacional, 1 coordenador por distrito e equipa dos concelhos). Consiste ainda em acordos formais de novos parceiros do tecido social de cada Distrito; preparação dos materiais de informação; elaboração dos ofícios.
2ª Fase – 1 de Abril de 2012 a 1 de Setembro de 2012
Elaboração do projeto.
Constituição das equipas de terreno que vão intervir por concelho do distrito; concluir um levantamento:
×                     Quais as faculdades/ ESE´s/ Institutos que ministram a licenciatura de Educação Social;
×                     Desde que ano;
×                     Quantos Educadores Sociais se licenciaram por faculdade;
×                     Quantos Educadores Sociais há a trabalhar por distrito;
×                     Em que valências;
×                     Saber as respostas sociais por distrito (Contactos; Nome do responsável);
×                     Quantos educadores sociais há a trabalhar nessas mesmas respostas sociais;
×                     …..
Reuniões mensais com os coordenadores para se sinalizarem etapas de concretização positiva. (cumprimento da duração do projecto).
3ª Fase – 2 de Setembro de 2012 a 1 de Outubro de 2012
Avaliação dos resultados (Aplicação dos instrumentos); reuniões de parceria.
4ª Fase – 2 de Outubro de 2012 – Dia Internacional dos Educadores Sociais.
Apresentação dos resultados nas 1ªs Jornadas dos Técnicos Superiores de Educadores Sociais, onde os convidados de honra serão todos os governantes políticos, dirigentes, provedores, professores, coordenadores das faculdades de Educação Social e representantes das respostas sociais estudadas no PEPES bem como os profissionais interessados nesta investigação a nível nacional.
Será explicado a todos o papel do Técnico Superior de Educação Social nas mais diversas valências bem como a importância do trabalho deste técnico face á conjuntura social do país.
É desta forma importante a presença de o maior número de educadores sociais neste congresso, dia 2 de Outubro de 2012 – Dia Internacional dos Educadores Sociais, para nos fazermos ouvir de forma concertada.
Saudações sociais ;)
Sandra Afonso - sandrafonso13@hotmail.com
Técnica Superior de Educação Social
 
 
Técnica Superior de Educação Social.
Sandra Afonso

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Agenda dos Educadores Sociais 2013.


Colegas, conforme já anunciado a Re Apes vem-vos lançar um desafio...gostaríamos muito de contar com a colaboração de todos vós em mais um projeto: Agenda dos Educadores Sociais 2013.

Como? Basta dares-nos as tuas sugestões...

Como gostarias que fosse a agenda?


Tamanho?

Conteúdos?

Organização por página, diária, semanal?

Tamanho?

Conteúdos? Tamanho?
Conteúdos?
Organização por página, diária, semanal?
Tamanho?
Conteúdos?
Organização por página, diária, semanal?

 

Entre outras ...

Comunica connosco via facebook, neste post , na nossa página ou para o nosso email: associacao.educacaosocial@gmail.com

Contamos contigo! :)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Educador/a Social e as novas medidas do RSI


“Quem quiser continuar a receber o rendimento social de inserção (RSI) será obrigado a trabalhar até três dias por semana em instituições de solidariedade social (misericórdias, mutualidades, IPSS) e autarquias”. (Diário de Notícias – 24 de Agosto de 2012) Alguns dados da medida: - O tempo médio que os beneficiários usufruíam do RSI aumento de 8 meses (2004) para 32 meses (2011).

- As tarefas a desempenhar pelos beneficiários irão desde atividades de jardinagem, passando por pequenas reparações ou obras, até ao apoio em atividades culturais ou bibliotecas e arquivos municipais. 
- Quem recusar o trabalho perderá de imediato o direito ao subsídio. 

A minha opinião como Técnico Superior de Educação Social o termo obrigar a trabalhar é demasiado pesado para o objetivo desta medida. No entanto, é sabido que alguns beneficiários olharão para esta ação como uma punição mas, certamente, existirão outros que verão uma oportunidade. Seria mais oportuno e motivador substituir o termo “obrigar” por “dar oportunidade” que, no fundo, o Ministro Pedro Mota Soares refere ao dizer: “Queremos um verdadeiro contrato de inserção”. (…) 

“Quanto mais integrado estiver o cidadão, mais facilidade terá em criar redes de ligação com ofertas de emprego e oportunidades que venham a surgir”. 

Esta medida peca por tardia e por apenas ser implementada em tempos de crise. É uma medida que vem contrariar um paradigma assistencialista que em nada favorece o beneficiário e que retira do estado uma responsabilidade social. Como tal, esta medida deve ser introduzida se existir alguém que oriente o beneficiário. Alguém que o motive, que lhe permita reunir competências (fruto da sua vontade e empenho) fundamentais para construir o seu projeto de vida. Esse profissional é o Técnico Superior de Educação Social. 

Uma espécie de treinador para a vida (coach) que pode assumir-se como um mediador entre o beneficiário e o Estado e que assume uma posição de horizontalidade e acompanha as pessoas no terreno e nos seus problemas. 

Conclusões: 
1) O Estado terá de ser uma figura que reúna e coloque à disposição dos beneficiários as ferramentas para os próprios olharem o futuro com positividade e igualdade de circunstâncias. 
2) O RSI é um subsídio muito complexo. É uma medida que envolve os beneficiários e os seus projetos de vida (ou ausência deles). 

Nesta perspetiva é fundamental que se olhe para esta situação como uma oportunidade para melhorar o atual papel do Estado perante aqueles que precisam que os ajudem e não que os exclua com medidas nada proveitosas para a sociedade e para os próprios beneficiários. 

Ruben Amorim
Técnico Superior de Educação Social

domingo, 23 de setembro de 2012

2 de Outubro | Dia Internacional do Educador Social

2 de Outubro – Dia Internacional do Educador Social. Realização de um jantar convívio de educadores sociais e restantes trabalhadores sociais para a partilha de experiências. Este jantar será organizado em diversos pontos do país, leva ami gos ou familiares ;) Confirmações através dos seguintes emails: LEIRIA – Susana Laranjeiro - su.laranjeiro@gmail.com LISBOA – Joana Oliveira - josaol@hotmail.com VISEU – Ruben Amorim - amorimruben@gmail.com PORTO – Isabel Soares - isabelsof@animasc.com FARO – Clara Inácio - clara_ici@yahoo.com.br DATA LIMITE DE INSCRIÇÃO: 28 de Setembro. Saudações sociais; APES

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Projeto jogo bullying escolar ... “A Brincar e a Rir o Bullying Vamos Prevenir” ...

Como Educadora Social e no âmbito de conclusão do mestrado na mesma área, no Instituto Politécnico de Bragança optei pela realização de um projeto, projeto este de prevenção primária do bullying escolar.
A minha escolha reverteu para o desenvolvimento de um projeto, pois em termos pessoais e profissionais era algo que me enriqueceria mais, pois sustento a ideia que como parte integrante de uma sociedade mais do que indignar-nos devemos implicar-nos. Neste sentido e uma vez que o bullying é um tema atual, com o qual nos deparamos diariamente em diversos meios de comunicação social e em distintos estabelecimentos de ensino, sendo muitos os estudos e investigações que corroboram a ideia de que esta problemática se encontra presente em muitas escolas a nível internacional e nacional esta foi a problemática escolhida.
Como uma das partes integrantes do meu projeto e com o objetivo de constatar que o bullying desde cedo começa a emergir procedi à realização de uma investigação empírica (estudo) com professores de 1º e 2º Ciclos de Ensino Básico, onde verifiquei que o bullying efetivamente começa a emergir desde o 1º e 2º Ciclo e a prevenção neste âmbito revela-se escassa e pouco eficaz. Perante esta constatação nasce a criação e desenvolvimento do projeto: “A Brincar e a Rir o Bullying Vamos Prevenir” que consistiu na criação de um jogo de prevenção primária do bullying escolar.
Visando a melhoria de uma realidade, pretendi integrar no mesmo os conceitos:
EDUCAÇÃO, JOGO E NOVAS TECNOLOGIAS!
Este jogo destina-se a crianças do 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico e é composto por um quite que inclui dois tipos de jogos: um manual de tabuleiro e outro digital, o primeiro jogo de bullying para iPad em Portugal.
Relativamente ao jogo manual é constituído por um tabuleiro composto por 40 casas que as crianças têm de percorrer com o objetivo de chegar ao chamado Parque da Prevenção do Bullying Escolar. Para este jogo criei uma serie de regras que devem ser respeitadas e que veem descritas com linguagem adequada à leitura das crianças (pois é desde cedo que devemos incutir nas nossas crianças REGRAS, que devem ser respeitadas e cumpridas). Para se poder jogar este jogo existem marcas e dados e é permitido a participação no jogo de duas até seis crianças.
Constituído por 52 cartões: 30 com questões sobre bullying; 8 com mensagem de texto e desenhos e 14 com as denominadas pegadas da prevenção. Estes cartões estão organizados em grupos no tabuleiro: O grupo colorido - O grupo mensagens-bilhetinho e o grupo das pegadas verdes. Existem ainda as chamadas chaves douradas que permitirão no final a entrada do parque infantil onde reina a prevenção do bullying.
Nas questões criadas tentei utilizar as palavras que as crianças utilizariam, neste sentido pedi a colaboração de crianças para este propósito.
No que diz respeito ao jogo digital o mesmo rege-se pelos mesmos princípios do jogo de tabuleiro, tendo sido aproveitados elementos do primeiro jogo para a construção deste, nomeadamente o Parque da Prevenção, bonecos-mascote e algumas questões. Sendo o Parque da Prevenção o molde inicial do jogo: A Brincar e a Rir o Bullying Vamos Prevenir, no jogo eletrónico após a sua instalação no computador este é a porta de entrada no jogo. Após o primeiro jogador entrar na porta de entrada para o Parque da Prevenção, no seu interior, depara-se com um parque infantil onde se encontram uma serie de baloiços e onde em quatro destes existem jogos associados ao bullying.
Após a seleção de um destes jogos (1, 2, 3, 4) começa a diversão associada à aprendizagem. O primeiro jogo (1) é denominado «Jogo das palavras», o segundo jogo (2) é denominado de «Jogo de memória», o terceiro jogo (3) denominado de «Jogo das perguntas» e o quarto jogo (4) é o «Jogo do desenho».
Este jogo foi criado para ser utilizado num Sistema Operativo Multiplataforma, ou seja, é possível utilizá-lo em iPad, Android, Mac, Windows e Linux.Como
Como vantagens na elaboração deste projeto destaco a participação de crianças na sua elaboração e o jogo tanto permitir a interação a quem tenha conhecimento prévio sobre a temática do bullying, como permitir a aquisição de conhecimentos a quem o não tem.
Considero que a utilização das novas tecnologias será uma janela fantástica de fomentação e aquisição de competências para as crianças e vejo-o como uma invenção inovadora, pioneira em Portugal pois não tenho conhecimento da existência de outro jogo com este propósito e destinado exclusivamente para a prevenção do bullying em contexto escolar.
Para a sustentabilidade desta iniciativa pretendo que o mesmo a partir da sua comercialização seja implementado pelo maior número de instituições escolares e particulares, tornando-se num guia de ação na prevenção desta problemática.
Para uma apresentação em pormenor e divulgação do projeto ao país e ao mundo para além da apresentação nos meios de comunicação social (televisão e jornais) criei o recente blog apelidado de prevenção bullying: http://prevencaobullying.blogs.sapo.pt/.
A realização deste projeto em muito se fica a dever a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para que o mesmo fosse possível. Não poderia portanto deixar de agradecer: ao programador Filipe Duarte; à técnica de animação e produção artística: Helena Ivânia; às crianças: Eliene; Tatiana; Tiago; Tomás; Helena; Afonso; ao meu orientador de mestrado Dr. Ribeiro Alves; aos professores de 1º e 2º Ciclo e à Cidália Vaz.
 Cátia Vaz
08-09-2012

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Níveis de remuneração e montantes retributivos de base mínimos das profissões de TÉCNICO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO SOCIAL e de EDUCADOR SOCIAL ...

Constitui condição de admissão para o exercício de funções inerentes a TÉCNICO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO SOCIAL a titularidade de licenciatura oficialmente reconhecida.

A carreira do trabalhador com a profissão de técnico superior de educação social desenvolve-se pelas categorias de 3.ª, 2.ª e 1.ª.

(Os educadores sociais de grau I, de 1.ª, de 2.ª ou de 3.ª passaram a ser designados técnicos superiores de educação social, respectivamente de 1.ª, de 2.ª ou de 3.ª, mantendo todo o tempo de serviço que detinham naquelas categorias, que ficaram extintas).

Constitui requisito da promoção a técnico superior de educação social de 3.ª a 2.ª e de 2.ª a 1.ª a prestação de três anos de bom e efectivo serviço na categoria imediatamente inferior.

A profissão e as categorias profissionais de técnico superior de educação social são enquadradas em níveis retributivos de base.

Enquadramento da profissão de TÉCNICO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO SOCIAL em níveis de remuneração e montantes retributivos de base mínimos:

Educador social de 1.ª – Nível III (1015 euros);

Educador social de 2.ª – Nível IV (967 euros);

Educador social de 3.ª – Nível V (917 euros).

Os técnicos superiores de educação social que estejam a prestar serviço em regime de tempo completo têm direito a uma diuturnidade no valor de € 21 por cada cinco anos de serviço, até ao limite de cinco diuturnidades.

Por acordo escrito, podem ser isentos de horário de trabalho os técnicos superiores de educação social que se encontrem, designadamente, no exercício de cargos de administração, de direcção, de confiança, de fiscalização ou de apoio aos titulares desses cargos, bem como os trabalhadores com funções de chefia.

Os técnicos superiores de educação social isentos de horário de trabalho têm direito a remuneração especial no mínimo, igual a 20 % da retribuição mensal ou à retribuição correspondente a uma hora de trabalho suplementar por dia, conforme o que lhes for mais favorável.
 ___________________________________

A categoria de EDUCADOR SOCIAL de grau II - não titular de licenciatura oficialmente reconhecida - passou a designar-se educador social, extinguindo-se a anterior designação.

A carreira do trabalhador com a profissão de educador social – não titular de licenciatura oficialmente reconhecida - desenvolve-se pelas categorias de 2.ª e 1.ª.

Constitui requisito da promoção a prestação de cinco anos de bom e efectivo serviço na categoria de educador social de 2.ª.

Enquadramento da profissão de EDUCADOR SOCIAL em níveis de remuneração e montantes retributivos de base mínimos:

Educador social de 1.ª – Nível VIII (773 euros);

Educador social de 2.ª – Nível IX (726 euros).

Os educadores sociais que estejam a prestar serviço em regime de tempo completo têm direito a uma diuturnidade no valor de € 21 por cada cinco anos de serviço, até ao limite de cinco diuturnidades.

Por acordo escrito, podem ser isentos de horário de trabalho os educadores sociais que se encontrem, designadamente, no exercício de cargos de administração, de direcção, de confiança, de fiscalização ou de apoio aos titulares desses cargos, bem como os trabalhadores com funções de chefia.

Os educadores sociais isentos de horário de trabalho têm direito a remuneração especial no mínimo, igual a 20 % da retribuição mensal ou à retribuição correspondente a uma hora de trabalho suplementar por dia, conforme o que lhes for mais favorável.

[BTE N.º 6 de 15 de Fevereiro de 2012, páginas 420 a 470].

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Educador Social e o envelhecimento com dependência ...


Cada vez mais o tema do envelhecimento com dependência é um tema abordado e estudado.

Geralmente quem assume a tarefa de cuidador do doente com demência são os próprios familiares.

Quanto aos profissionais do terreno, o trabalho desempenhado junto desta população com demência, cabe ao Educador Social tornar-se assim um terapeuta no e pelo acontecimento quotidiano bem como intervir a nível de competências na mudança de mentalidades e desta forma educar. Educar é em grande parte, levar a pessoa do “ser” ao “dever ser”. Deste modo, tornou-se crucial desenvolver novas metodologias de intervenção como a pedagogia social e a educação social, como crescimento completo de cada pessoa, como membro estratégico de uma sociedade regida pela cooperação e pela solidariedade, mas também pela desigualdade e marginalização social, provocada pelo risco social.

A educação, como politica sócia educativa é inseparável do progresso social e humano, onde o risco deixa de ser uma ameaça global e passa a ser a razão para a mudança, para o desenvolvimento integral do “EU” e do “Outro”, com o “Outro”, uma resposta de mudança e crescimento pessoal e social.

Desta forma faz parte do conteúdo funcional do Educador Social, a acção directa com as pessoas, pautada pelo princípio da educabilidade, permitindo criar um espaço profissional com sentido, logo com futuro, visto serem profissionais de terreno.

Os problemas sociais tais como a problemática das demências vão fragilizando o Homem, aniquilando os seus horizontes e propósitos futuros. É nesta linha de reflexão que emerge a educação social, como crescimento absoluto de cada pessoa e como membro estratégico de uma sociedade regida pela cooperação e solidariedade, onde a educação é inseparável da evolução social e humana.

As doenças neurodegenerativas são progressivas e degenerativas com impactos profundos na pessoa e em quem o rodeia e as quais determinam determina a perda gradual de capacidade, por este motivo é fundamental quer às instituições quer às pessoas que lidam com os doentes com demências regerem-se pelo principio do respeito absoluto, pelos direitos fundamentais à liberdade e à autodeterminação e pelo principio da abordagem centrada na pessoa com demência.

Desta forma cabe ao Educador Social, (re) construir saberes, competências e praticas conducentes ao desenvolvimento, quer ao doente com demência quer ao cuidador, educar significa intervir, com uma finalidade, um objectivo concreto e bem delineado, com intenção de provocar algum efeito.

Ser Educador Social é, questionar praticas e reflectir sobre o seu próprio papel profissional, ser capaz de se aproximar da pessoa e de lhe conferir um destaque legítimo na construção do seu percurso de vida, valorizando as suas capacidades de aprender a aprender, o seu reportório de experiências.

“Educar consiste em procurar influenciar o outro, e influenciar o outro implica transmitir valores, dar uma direcção e um sentido à vida convidando à adesão a uma certa visão do mundo” (Adalberto Dias de Carvalho).

Cabe ao Educador Social, apadrinhar a pessoa, ajudando-a a interpretar o mundo e a desenvolver formas de relacionamento com outros, assente em princípios de entendimento e respeito pela diferença que caracteriza a individualidade e unicidade inerente à vida.

A educação social assume assim, responsabilidades na formação cívica das pessoas e esta supõe uma diversidade complexa e integrada de aprendizagem.

Os Educadores Sociais são profissionais de intervenção social, que visam restabelecer o bem-estar dos seres humanos, recorrendo a todos os meios susceptíveis de responderem às necessidades e aspirações dos indivíduos e dos grupos, tendo sempre como referencia o respeito pelos direitos humanos e pelos princípios da democracia e da liberdade.

O Educador Social é um profissional que não se limita só a satisfazer as necessidades básicas das pessoas, pois o seu dever é também o de socializar e integrar pessoas em risco de exclusão e marginalização. Este profissional é o mediador entre os indivíduos e a sociedade, articulando e ajudando o indivíduo à sua sociedade.

Enquanto mediador social, o educador terá que criar espaços de mediação, onde se mostre possível criar e desenvolver alternativas que conduzam a um equilíbrio entre o indivíduo e a sua comunidade.

Por todas estas capacidades de intervenção que cabe ao Educador Social é sem dúvida uma mais-valia o trabalho efectuado destes profissionais junto de uma população com demência e seus cuidadores.

A Comissão Europeia e o Parlamento Europeu reconheceram a doença de Alzheimer como uma prioridade de saúde pública é urgente intervir junto de quem mais necessita.

“O Sentido da Vida só existe dentro de nos se não perdermos a capacidade de olhar o outro, de comunicar com o outro...”.
Maria de Lurdes Quaresma

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Educação Social, Escola e Educação...


A necessidade de se definir Educação traduz-se na ideia de que os diferentes conceitos existentes não se podem dissociar dos contextos histórico-filosóficos, para se perceber o seu percurso.

No entanto, educar pressupõe a existência de uma filosofia de Educação, objetivos e de intervenientes, com funções diferentes.

De um modo geral, educar "é um processo que se inicia desde que se nasce, acompanhando o crescimento e desenvolvimento do homem. É um processo contínuo e de relação com os outros". (Dias, 1996, p.7)

Tendo subjacente a dinâmica e dependência do outro e do eu, educar, nas sociedades primitivas consistia em transmitir valores, crenças, costumes e o papel de cada um em sociedade. Estas aprendizagens eram realizadas em família, conjuntamente com a ajuda de outros elementos pertencentes da comunidade.

Do ponto de vista Sociológico, Tavares considera a Educação como uma das formas de transmissão da cultura, "sendo a Escola, que deve ensinar, um dos responsáveis, senão o principal, pelo processo de inculturação que todo o jovem tem obrigatoriamente de frequentar no nosso país, dos cinco/ seis anos até pelo menos aos quinze/ dezasseis anos, ou seja, do 1º ao 9º ano de escolaridade obrigatória, como determina o nº 1 do art. 6º da Lei de Bases do Sistema Educativo". (1998, p.40)

Para Durkhein "A educação é a ação exercida pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança um certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo seu meio especial a que a criança, particularmente se destina". (1984, p.89). A primeira característica que ressalta da educação é que ela é uma ação social e não uma ação individual. Ou seja, a educação não é o resultado de uma ação individual entre pai e o filho " educação familiar " ou o professor e o aluno "educação escolar", mas entre duas categorias sociais distintas, a geração adulta e a geração jovem. O adulto age como representante da geração adulta e transmite conhecimentos, atitudes e valores, considerados ajustados ao jovem e este recebe e aprende esses conhecimentos e valores. A segunda característica é que a educação é uma ação global. Tem em vista todos os aspetos da vida social e não apenas alguns. É uma formação global em dois sentidos:

Primeiro do ponto de vista da formação do indivíduo, visa desenvolver-lhe a inteligência, através da aquisição de conhecimentos e métodos de raciocínio e o carácter, através da interiorização de atitudes e comportamentos;

Segundo do ponto de vista da sociedade, a educação visa integrar o jovem na sociedade. A terceira característica é que a educação é uma ação unilateral dos adultos sobre os jovens. Os adultos transmitem atitudes, conhecimentos técnicos, e os jovens recebem, aprendem e incorporam na sua vida esses conteúdos. A geração adulta é o elemento ativo, transmissor da educação e a geração jovem o elemento passivo, recetor. Finalmente, uma última característica da educação é que ela é de natureza unitária e harmónica. Isto resulta do facto de o agente educativo ser um indivíduo ou um grupo específico. Os indivíduos quando educam agem em nome e por delegação da sociedade. É a sociedade que investe os seus membros na função educativa, e os sanciona no respetivo exercício. A educação tem uma dupla função, duplo papel; unificação e de divisão. Por um lado, a educação opera visando uma determinada forma de coesão social; por outro, constitui um agente de reforço da divisão e das estratificações sociais existentes. A educação é múltipla, diversificando-se e orientando-se para cada estrato, no interior de uma classe.

Toda e qualquer definição de Educação devem ser encaradas numa perspetiva global, isto é, como um "facto social total". Daí que, a escola deva ter como base determinada a conceção das relações entre o indivíduo e a sociedade, pelo que a escola deva ser criada para a conservação e o aperfeiçoamento da vida social, que deve ser democrática e cumprir as mesmas regras existentes na sociedade.

O objetivo da Educação é dar à criança a independência, o domínio sobre si e prepará-la para que se adapte às modificações do meio e o saiba transformar, pelo que a Educação, que é exercida pelos adultos sobre as crianças, deva ser feita com o intuito de a modificar e a adaptar à realidade atual.

Porém, a Educação, é atualmente confundida com o ensino, ou seja, com a educação escolar.

Tavares encara o conceito de Educação segundo duas perspetivas:

A primeira diz respeito à relação dos indivíduos com a sua vida social. e a segunda tem a ver com a preparação intelectual do mesmo para ser um fator produtivo na sociedade.

"A educação tem que ser encarada sob dois aspetos complementares de um todo orgânico envolvente tendente a preparar o indivíduo para a sua missão na sociedade (...) Condiciona o comportamento individual ao comportamento do grupo integrando-o nos padrões culturais deste. (...) É o ensino/ aprendizagem, a educação". (1998, p. 34-35)

Para Nérici, "educação é o processo que visa preparar as gerações novas para substituírem as adultas e que, naturalmente, se vão retirando das funções ativas da vida social ". (1984, p. 7). Isto é, a Educação realiza a conservação e transmissão da cultura a fim de haver continuidade da mesma (valores, formas de comportamento social de comprovada eficácia na vida de uma sociedade).

Do ponto de vista biopsicológico, a educação tem por objetivo levar o indivíduo a desenvolver a sua personalidade. Segundo Nérici (1992, p.76), educação "é o processo que visa levar o indivíduo, a explicitar as suas virtualidades e a encontrar-se com a realidade, para na mesma atuar de maneira consciente, eficiente e responsável, a fim de serem atendidas necessidades e aspirações pessoais, sociais da criatura humana".

 

Daí que, a Educação deverá de ajudar o indivíduo a revelar-se como pessoa, preparado para a vida adulta, atuando de maneira eficiente, que lhe proporcione técnicas de atuar que possam multiplicar o produto dos seus esforços.

A educação tem de sensibilizar o indivíduo para os valores sociomorais. O homem moral é aquele que avalia as consequências dos seus atos em sentido profundo de respeito pelo seu semelhante. Segundo Nérici: "O homem que não depreda, mas reflete, admira e constrói. Homem que não atira pedras, mas que as retira por onde se deva passar; que não agride, mas coopera; que não ridiculariza, mas reconhece e estimula; que, no dizer de emersos, não só deixa viver, como ajuda a viver... Enfim, homem que não destrói, mas que, de uma forma ou de outra, constrói". (1992, p.45).

A escola no seguimento da família, acompanhando as diversas mutações de valores, costumes, princípios, ideais e tradições, tem como função primordial formar pessoas, ajudar a família na formação e construção do indivíduo e contribuir também para a sua socialização, quer fornecendo contextos de interações variadas extrafamiliares, quer explicitamente promovendo e otimizando o processo de socialização, como parte do currículo. Assim a Educação assenta no sentido social, no saber fazer, numa contínua reestruturação da experiência de cada um, de modo a partilhá-la com os outros. A escola deverá ainda estar preparada para se ajustar aos gostos, necessidades e carências dos alunos materiais e sentimentais. Porém, a escola, ainda não se encontra preparada para promover um ensino baseado nas relações afetivas entre alunos e professores, em virtude de se encontrar mais inclinada para o desenvolvimento cognitivo.

Deste modo, será lícito afirmar que a escola deva apresentar-se aos alunos como a segunda casa, local onde estes se possam sentir bem, sem medos, receios e com muita satisfação. Por isso, a satisfação, e em última análise, o sucesso dos alunos depende, em grande parte da escola.
 
AUTORA: Sandra Afonso