terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Educador Social e o envelhecimento com dependência ...


Cada vez mais o tema do envelhecimento com dependência é um tema abordado e estudado.

Geralmente quem assume a tarefa de cuidador do doente com demência são os próprios familiares.

Quanto aos profissionais do terreno, o trabalho desempenhado junto desta população com demência, cabe ao Educador Social tornar-se assim um terapeuta no e pelo acontecimento quotidiano bem como intervir a nível de competências na mudança de mentalidades e desta forma educar. Educar é em grande parte, levar a pessoa do “ser” ao “dever ser”. Deste modo, tornou-se crucial desenvolver novas metodologias de intervenção como a pedagogia social e a educação social, como crescimento completo de cada pessoa, como membro estratégico de uma sociedade regida pela cooperação e pela solidariedade, mas também pela desigualdade e marginalização social, provocada pelo risco social.

A educação, como politica sócia educativa é inseparável do progresso social e humano, onde o risco deixa de ser uma ameaça global e passa a ser a razão para a mudança, para o desenvolvimento integral do “EU” e do “Outro”, com o “Outro”, uma resposta de mudança e crescimento pessoal e social.

Desta forma faz parte do conteúdo funcional do Educador Social, a acção directa com as pessoas, pautada pelo princípio da educabilidade, permitindo criar um espaço profissional com sentido, logo com futuro, visto serem profissionais de terreno.

Os problemas sociais tais como a problemática das demências vão fragilizando o Homem, aniquilando os seus horizontes e propósitos futuros. É nesta linha de reflexão que emerge a educação social, como crescimento absoluto de cada pessoa e como membro estratégico de uma sociedade regida pela cooperação e solidariedade, onde a educação é inseparável da evolução social e humana.

As doenças neurodegenerativas são progressivas e degenerativas com impactos profundos na pessoa e em quem o rodeia e as quais determinam determina a perda gradual de capacidade, por este motivo é fundamental quer às instituições quer às pessoas que lidam com os doentes com demências regerem-se pelo principio do respeito absoluto, pelos direitos fundamentais à liberdade e à autodeterminação e pelo principio da abordagem centrada na pessoa com demência.

Desta forma cabe ao Educador Social, (re) construir saberes, competências e praticas conducentes ao desenvolvimento, quer ao doente com demência quer ao cuidador, educar significa intervir, com uma finalidade, um objectivo concreto e bem delineado, com intenção de provocar algum efeito.

Ser Educador Social é, questionar praticas e reflectir sobre o seu próprio papel profissional, ser capaz de se aproximar da pessoa e de lhe conferir um destaque legítimo na construção do seu percurso de vida, valorizando as suas capacidades de aprender a aprender, o seu reportório de experiências.

“Educar consiste em procurar influenciar o outro, e influenciar o outro implica transmitir valores, dar uma direcção e um sentido à vida convidando à adesão a uma certa visão do mundo” (Adalberto Dias de Carvalho).

Cabe ao Educador Social, apadrinhar a pessoa, ajudando-a a interpretar o mundo e a desenvolver formas de relacionamento com outros, assente em princípios de entendimento e respeito pela diferença que caracteriza a individualidade e unicidade inerente à vida.

A educação social assume assim, responsabilidades na formação cívica das pessoas e esta supõe uma diversidade complexa e integrada de aprendizagem.

Os Educadores Sociais são profissionais de intervenção social, que visam restabelecer o bem-estar dos seres humanos, recorrendo a todos os meios susceptíveis de responderem às necessidades e aspirações dos indivíduos e dos grupos, tendo sempre como referencia o respeito pelos direitos humanos e pelos princípios da democracia e da liberdade.

O Educador Social é um profissional que não se limita só a satisfazer as necessidades básicas das pessoas, pois o seu dever é também o de socializar e integrar pessoas em risco de exclusão e marginalização. Este profissional é o mediador entre os indivíduos e a sociedade, articulando e ajudando o indivíduo à sua sociedade.

Enquanto mediador social, o educador terá que criar espaços de mediação, onde se mostre possível criar e desenvolver alternativas que conduzam a um equilíbrio entre o indivíduo e a sua comunidade.

Por todas estas capacidades de intervenção que cabe ao Educador Social é sem dúvida uma mais-valia o trabalho efectuado destes profissionais junto de uma população com demência e seus cuidadores.

A Comissão Europeia e o Parlamento Europeu reconheceram a doença de Alzheimer como uma prioridade de saúde pública é urgente intervir junto de quem mais necessita.

“O Sentido da Vida só existe dentro de nos se não perdermos a capacidade de olhar o outro, de comunicar com o outro...”.
Maria de Lurdes Quaresma

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